quinta-feira, 4 de março de 2010

direto do mural do ru da ufsc

indo almoçar, deparo com dois daqueles espécimes publicitários populares que, por um pequeno detalhe que seja, impressionam.
o primeiro revela a preocupação do proprietário com as DORGAS MANO:

defina droga, por favor?


o segundo é o tipo de serviço de que toda dama como eu precisaria. afinal, para que serve um marido senão para jardinagem, pintura, consertos e fretes (ou viajens)?


em geral é uma coisa que me irrita profundamente.

(thanks to @rafaelomondini pela edição das imagens.)

quarta-feira, 3 de março de 2010

free paris, reloaded

não se trata de libertar a cidade de paris (ok, piada velha, faria sentido em... 1945?) nem de soltar a criatura da cadeia. trata-se do furor que se gerou pelo brasil graças ao fato de que a cervejaria devassa (agora pertencente ao grupo schincariol) resolveu chamar paris hilton para a campanha publicitária de sua nova cerveja, a devassa bem loira.
sim, o contrato foi milionário, e só possível justamente porque a devassa não é mais a cerveja que era antigamente. e não venham dizer o contrário, porque onde schincariol bota o dedo, boa coisa não resulta. vide o assassinato do dono da empresa, lá nos idos de 2003.
de lá pra cá, a coisa cresceu, a cerveja mudou de cara e de nome, chamou a ivete sangalo pra garota propaganda e agora tem comprado outras cervejarias pra ampliar mercado, o que não deve, certamente, agradar muito a ambev. meu pai tem o costume de agradecer a existência de cervejas baratas porque elas seguram o preço de antarctica, brahma, skol e afins, as quais, se tivessem monopólio, já estariam pelo menos no dobro do preço. não deixo de dar a ele alguma razão.

o fato é que censuraram a campanha da cerveja com paris. esta campanha:

e nem o povo da folha de são paulo (gilberto dimenstein e sérgio malbegier) conseguiu se entender a respeito. só se entenderam em uma coisa, no óbvio ululante: consumo excessivo de cerveja faz mal à saúde. de qualquer forma, vão fazer o que? abrir caça às bruxas, como estão fazendo com o cigarro? impossível, o truste é bem mais forte.
em qualquer porta de boteco há cartazes com fotos de mulheres bonitas segurando cervejas. para não falar em marcas baratas como "a outra" que fazem publicidades como "porque a outra é sempre mais gostosa". de qualquer forma, estão ligando diretamente bebida e libido (hetero ou homo, whatever).
agora, uma ação pseudomoralista contra o "sexismo" na exibição das imagens femininas teria muito mais o que fazer do que censurar especificamente essa propaganda. quem se preocupa, por exemplo, como bem apontou malbegier, com a bunda da globeleza aparecendo todo dia e com a incitação sexual do carnaval? aí fica tudo normal?
é como acreditar, por outro lado, que assimilar imagem de jogador de futebol com cerveja é prometer corpo de jogador para quem bebe. as marcas se dão ao direito de usar imagens que apelem ao consumo (e publicidade não é isso?), sejam elas de mulheres, homens, crianças ou outros produtos. e ainda mais em se tratando do nome que a cerveja adota... que imagem melhor do que a de uma celebridade de sextape?
e enquanto ficam chorando pitangas, cerveja vende. porque com tanta desilusão como sofre um povo como o nosso, resta o que, senão beber?
por outro lado, me forço a discordar que paris seja a última mártir do lulismo. é franca tentativa de assimilar o problema com política partidária, quando a moção saiu de grupos de publicitários. potenciais consumidores de cerveja, eles também.
daqui a pouco acabam proibindo a publicidade de cerveja, como a de cigarro. ou proíbem beber na rua, como nos estados unidos.
quer saber? o bafafá teria sido bem menor se não tivessem importado a paris pra publicidade. bem assinalou o @vicmatos tempos atrás que o grupo schincariol teria até economizado se tivesse usado a paula burlamaqui (ex-garota-coscarque - e olha que não tachavam essa propaganda de apelativa nem de sexista) pra fazer a campanha.


bem, talvez ela tenha feito de graça.